Charles Spurgeon (1834-1892) foi um dos mais proeminentes pastores e escritores cristãos do século XIX, deixando um legado que transcendeu seu tempo. Nascido em Kelvedon, Inglaterra, em uma família de tradição congregacional, Spurgeon converteu-se aos 15 anos, após ouvir um sermão numa pequena capela metodista, durante uma nevasca. Sua precoce vocação levou-o a pregar pela primeira vez aos 16 anos e, aos 17, assumiu o pastorado da Igreja Batista de Waterbeach.
Em 1854, transferiu-se para Londres, onde liderou a New Park Street Chapel, cujo crescimento explosivo obrigou a construção do Metropolitan Tabernacle, com capacidade para 6 mil pessoas, tornando-se um centro de evangelismo e ensino teológico.
Conhecido como o "Príncipe dos Pregadores", Spurgeon destacou-se por sua eloquência, clareza bíblica e profundidade teológica, combinando o calvinismo ortodoxo com um fervor evangelístico. Seus sermões, caracterizados por ilustrações vívidas e aplicações práticas, eram publicados semanalmente, atraindo leitores globalmente. Estima-se que tenha pregado mais de 3. 500 sermões, compilados em 49 volumes, além de obras como O Tesouro de Davi (um extenso comentário sobre os Salmos) e o devocional Manhã e Noite, ainda amplamente utilizado. Fundou o Colégio de Pastores Spurgeon (1856) para formação ministerial e orfanatos que atendiam centenas de crianças, refletindo sua crença na integração entre fé e ação social.
Faleceu em 1892, na França, mas sua influência perdura através de seus escritos, instituições e inspiração a pregadores e leigos. Spurgeon é lembrado não apenas por sua oratória, mas por sua paixão por almas, compromisso com a graça soberana e um coração generoso para servir os necessitados. Sua vida exemplifica como teologia profunda e compaixão prática podem andar juntas, moldando o evangelicalismo moderno.